Recomendações para a preservação do potencial reprodutivo no doente oncológico
DOI:
https://doi.org/10.57678/rpo.10Resumo
Objetivo: Proporcionar informação atualizada baseada na evidência disponível sobre a preservação do potencial reprodutivo em adultos com cancro.
Métodos: Revisão da literatura publicada após 2006, com recurso à Medline e PubMed. A evidência foi analisada por especialistas das várias sociedades médicas e após reflexão baseada na prática clínica diária e discussão em grupos de trabalho foram elaboradas as recomendações.
Resultados: Foram revistos e analisados os artigos científicos, bem como as recomendações e/ou orientações publicadas por sociedades científicas internacionais. Após revisão da melhor evidência científica, o painel de peritos selecionado para o efeito elaborou as recomendações a aplicar na população portuguesa. O texto esteve disponível para consulta pública e contributos
dos elementos das sociedades envolvidas, que foram integrados quando adequado. Recomendações: Todos os profissionais de saúde devem abordar com o doente oncológico, o risco de infertilidade e as possibilidades de preservação
do potencial reprodutivo. O risco individual de cada doente poder vir a sofrer alterações na sua função reprodutiva depende do tipo de cancro, idade e do plano de tratamento. É muito importante proceder à estratificação do risco de
infertilidade e à avaliação da fertilidade antes de iniciar qualquer técnica de preservação do potencial reprodutivo. Nos homens, a opção mais comum e mais eficaz é a criopreservação de esperma que pode ser conseguida em 24-48h. Nas mulheres, a opção preferencial é a criopreservação de ovócitos que pode ser completada em duas a quatro semanas. A referenciação deve ser o mais precoce possível, assim que esteja feito o diagnóstico da doença oncológica e se estabeleça a necessidade de terapêutica potencialmente lesiva da função reprodutiva.